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Os povos antigos de São Miguel dos Campos se surpreendiam com os ecos e as visões, por isso, criaram lendas, tentando explicá-las, através da mitologia popular.

 

A Lenda da Princesa do Furado

Diz a tradição que na conquista holandesa, os flamengos se apoderaram do Engenho Santo Antonio do Furado, comumente conhecido como Furado. Quando os flamengos foram derrotados, não puderam conduzir um grande tesouro, que teria sido enterrado na gruta pedra calcária ali existente e que denominam Buraco do Furado. Logo à entrada da gruta existia uma pequena sala, cujo teto tinha o formato de um sino, que desapareceu com a extração da pedra para o fabrico da cal. Após esta sala, a gruta torna-se mais estreita, afirmando as pessoas que lá estiveram, mas adiante passa uma nascente que vai sair à beira do Rio São Miguel, perto da gruta há um antigo paredão de alvenaria, principalmente de uma represa, que não se sabe para que foi levantado. E entre o paredão e a entrada da gruta existe uma pedra a superfície da terra onde há riscos, parecendo sinais cabalísticos,dizem ter ali uma passagem secreta subterrânea para o lugar do tesouro, sendo os sinais hieróglifos indicadores dessa passagem. Coisa interessante é a capela do engenho, que antigamente o dono da propriedade que residia perto da gruta não podia dormir, porque da hora do Ângelus em diante, se ouvia parecendo vir do fundo da gruta, rufar de tambores, cornetas e ordens de Pádua. E foi construída uma Igreja com a frente voltada para gruta, desde dali desapareceu a assombração, contam também que, em noites de luar, viajantes que por ali passavam, rumo à cidade, deparavam com uma linda moça loura, sentada na pedra da entrada da gruta, que costumava fazer encomendas de fitas, linhas, agulhas e outras bugigangas, não sendo encontrada na volta para a entrega das encomendas.

 

A Lenda da Ponte Velha do Rio São Miguel

Na cabeceira da Ponte Velha (Antiga Ponte de Madeira), em meio da fundação que o rio cobre, dorme a legendária Serpente com olhos de vaga-lume, guardando a linda imagem de Nossa Senhora das Dores, que a cheia de junho de 1702 carregara de seu altar desmoronado na igreja de Nossa Senhora do Livramento, que as águas também destruíram. Muitos miguelenses que transitavam sobre a ponte, chegaram muitas vezes apreciar em noite de lua cheia a visão da tal Santa chorando lágrimas que pareciam prateadas ao lado da Serpente. Talvez pelo afeto recebido e pela proteção que a serpente tinha com a santa para que a mesma não afundasse nas águas do rio São Miguel.

 

A Lenda do Fogo Corredor

Muitos moradores do antigo povoado de Sebastião Ferreira (Atual Bernardo Lopes, onde fica localizada hoje a Usina Roçadinho), contavam que naquela localidade existia a visão do fogo corredor, era tido como objeto sobrenatural, pois o mesmo soltava faísca de fogo nas pessoas, principalmente as comadres que mantinham casos amorosos com os compadres e vice e versa.

O tal do fogo corredor aparecia no alto (Um pedaço de terra mais alto do que a superfície). Com destino a Fazenda do Poço (Coité), pertencente a família Vila Nova. O fogo corredor atraia as pessoas até a sua direção, quando os mesmos se aproximavam do bendito fogo, ficavam muito assustados e voltavam correndo e quanto mais eles corriam, era que o fogo corria atrás.